quinta-feira, 31 de maio de 2012

Crowdfunding: o futuro das bolsas de valores


A primeira sociedade anônima que se tem notícia nos tempos modernos foi a Companhia das Índias Orientais, que precisava de capital público e privado para realizar suas expedições à Índia e retornar à Europa, faturando o preço de sua mercadoria em ouro.

Para isso, a companhia vendeu títulos aos civis da época, legitimando-as como acionistas da companhia e, posteriormente, as negociações dos referidos títulos passaram a ser realizadas em uma bolsa de valores.

Atualmente, vemos uma notável e efetiva forma de financiar atividades empresariais com capital civil, principalmente para startups e outras empresas que produzem produtos tecnológicos, culturais e de conteúdo criativo, que é o crowdfunding.

O crowdfunding é um método alternativo de obtenção de financiamento para um negócio, projeto ou ideia, popularizada pelo site Kickstarter.com nos Estados Unidos.

Ao contrário do investidor-anjo, em que uma pessoa normalmente leva uma maior participação em uma empresa de pequeno porte, com o crowdfunding um empreendedor pode atrair uma "multidão" de pessoas - cada um dos quais tendo uma pequena participação em uma ideia de negócio, contribuindo para uma espécie de financiamento on-line .

Acredita-se que, em muitos casos, este modelo é mais bem sucedido do que a tentativa de realizar um investimento completo a partir de um único indivíduo ou organização. Além disso, enquanto alguns investidores podem hesitar em investir em uma idéia não comprovada, o crowdfunding fornece uma forma alternativa de investimento de capital tendo como fonte de um grande número de apoiadores.

O crowdfunding é uma tendência bastante sólida. Essa força foi mostrada em 18 de maio de 2012, quando um projeto chamado Pebble E-Paper Watch conseguiu levantar mais de 10 milhões de dólares de capital, tornando-se o projeto mais financiado da história do Kickstarter.com.

As vantagens do crowdfunding em relação à captação tradicional:

  • Desburocratização: não são necessários cumprir todos os procedimentos estabelecidos em lei para uma captação padrão no mercado.
  • Baixo custo: não é necessário pagar advogado, taxas à bolsas de valores, auditoria externa, entre outros requisitos que encarecem o processo.
  • Não há cobrança de juros: o crowdfunding não é uma operação financeira, e os investidores estão interessados em outras coisas que não o mero retorno financeiro da operação.
As desvantagens:
  • Falta de regulação: não há lei que ainda regule especificamente a operação, estando os investidores desprotegidos de fiscalização estatal.
  • Pode não ser lucrativo ao investidor: justamente por não se tratar de uma operação financeira.
  • Possibilidade de fraudes: como não há regulação, pode se tornar um ambiente mais propício para pessoas maliciosas que desejam apenas se apropriar do capital investido.


Os Estados Unidos, acompanhando esta tendência, está prestes a aprovar uma regulamentação legal da atividade, de forma a resguardar os investidores de eventuais fraudes, importando para o crowdfunding as garantias aos investidores-colaboradores já existentes nas bolsas de valores.


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